Dalai Lama: líder espiritual tibetano anunciou que vai reencarnar e que a China não tem autoridade para interferir
Dalai Lama, líder religioso do budismo tibetano, comemorou 90 anos em Dharamshala, na Índia, ao lado de autoridades e celebridades, como o ator Richard Gere, neste último domingo (7),
Durante o evento, ele não fez novas declarações sobre sua reencarnação, tema que gerou reações recentes do governo da China.
o que aconteceu
Na quarta-feira (2), Dalai Lama afirmou que pretende reencarnar e designou sua fundação, a Gaden Phodrang Trust, como única responsável por confirmar sua nova identidade. O líder ainda afirmou que “ninguém mais tem autoridade para interferir nesse assunto”, em referência à China.
Em seguida, Pequim reagiu. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, declarou que a sucessão do Dalai Lama segue “rituais religiosos rigorosos e convenções históricas”, incluindo aprovação do governo chinês, como ocorreu com o atual 14º Dalai Lama.
O embaixador da China na Índia, Xu Feihong, também afirmou que o sistema de reencarnação existe há 700 anos e segue tradições definidas. Segundo ele, o Dalai Lama “não tem autoridade para abolir o sistema” ou tomar decisões de forma independente.
Reencarnação
A tradição de sucessão por reencarnação no budismo tibetano começou no século 14, mas o título de Dalai Lama só foi criado em 1580, pelo líder mongol Altan Khan.
Na véspera do aniversário, o Dalai Lama disse que espera viver “mais de 130 anos” e não vê a reencarnação como um processo próximo. A China não comentou essa nova declaração.
A Índia, que abriga o Dalai Lama e milhares de refugiados tibetanos, pode ter um papel importante caso haja disputa entre o sucessor indicado pelo líder espiritual e um nome apoiado pela China.
Apesar das tensões entre Índia e China por influência na Ásia — intensificadas após o confronto militar na fronteira do Himalaia em 2020 — os dois países têm buscado reaproximação.
FONTE: ITATIAIA
