Cada vez mais comuns, os golpes pelo WhatsApp ganharam novo formato que tem se proliferado em Minas. É o do “falso advogado”, no qual criminosos enviam mensagens para pessoas com processo judicial em andamento, utilizando a foto de profissionais do Direito, e cobram transferências bancárias. Só neste ano, foram registradas cerca de 500 ocorrências, segundo estimativa feita pela Ordem dos Advogados do Brasil Seção Minas Gerais (OAB-MG). A média é de 60 casos por mês.
Não há detalhes de quantas pessoas foram vítimas dos golpistas. Um morador da Grande BH, que pediu para não ser identificado, contou que quase caiu no golpe recentemente. Com um processo contra uma empresa de aviação, ele recebeu mensagens de números desconhecidos no WhatsApp, com a foto do seu advogado, informando que a ação havia sido concluída. Ele não deu chances para o farsante cobrar valores.
Segundo o presidente da OAB-MG, Gustavo Chalfun, os golpistas conseguem – pelo sistema dos tribunais – informações sobre as ações em tramitação, como o número do processo, nome e dados do advogado e de quem ingressou com o pedido na Justiça.
Ações trabalhistas e previdenciárias (como aposentadorias e revisões de benefícios) são as mais exploradas pelos golpistas. No entanto, ele ressalta que os criminosos podem mirar outros casos.
A digitalização dos processos judiciais, a popularização dos aplicativos de mensagens e a chegada da Inteligência Artificial facilitaram a proliferação da fraude.
A OAB informou que faz campanhas e citou uma ferramenta da OAB, chamada Confirma ADV, que permite verificar se o e-mail de quem entrou em contato com o cliente está, de fato, vinculado a um advogado regularmente inscrito.
“Funciona da seguinte forma: no momento do cadastro ou atualização junto à OAB, o advogado informa seus dados oficiais de contato, que passam a constar no banco de dados da instituição. Quando o cliente recebe uma mensagem de alguém se identificando como advogado, ele pode consultar o Confirma ADV e verificar se o número de inscrição da OAB e o e-mail profissional correspondem ao que está registrado, junto a Ordem”, acrescenta.
O que diz a polícia?
Por nota, a Polícia Civil informou que os casos só podem ser investigados desde que haja representação formal da vítima. A orientação é que qualquer pessoa lesada compareça à delegacia mais próxima com os documentos e provas disponíveis.
O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) foi procurado, mas não houve retorno até o fechamento desta edição.
FONTE: hoje em dia