Minas proíbe coleira antilatido, após alta em casos de maus tratos

AGORA É LEI – Alívio. Esse foi o primeiro sentimento da protetora de animais Daniela Sousa, de 30 anos, ao ouvir que as coleiras antilatido que provocam choque estão proibidas no Estado desde o último dia 1º de agosto.

O Projeto de Lei (PL) 883/19, de autoria da deputada lone Pinheiro (União), foi aprovado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em meio a números alarmantes de maus-tratos a animais. Os casos subiram 51,14% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2024, passando de 2.098 para 3.171. Para Daniela, o amparo legal contra a prática é mais um passo para tentar reverter esse quadro. “A luta é grande e parece não ter fim. Mas leis como essa já nos dão mais esperança. É um absurdo torturarem um cachorro para que ele não faça algo que está ‘programado’ para fazer: latir”, destaca ela.

A coleira antilatido é muito utilizada no adestramento de cães para inibir o comportamento indesejado. No entanto, ativistas e profissionais destacam que elas causam sofrimento físico e mental aos bichos. Com isso, agora quem comercializar o instrumento pode pagar caro: a Lei 25.413 prevê multa de mais de R$ 5 mil na primeira infração e a apreensão do produto. Em caso de reincidência, o valor pode ultrapassar R$ 250 mil.

“Existem vários problemas relacionados ao uso dessas coleiras nos animais. Há, por exemplo, o aumento da probabilidade de um comportamento mais agressivo com outros bichos e com pessoas. Além disso, o cachorro pode se tornar mais apático, com sinais de medo”, diz o veterinário especializado em comportamento animal e bem-estar animal, Vitor Teixeira.
Ainda conforme o especialista, a coleira antilatido que produz choque pode apertar muito o animal e causar feridas na pele. Ele ressalta que há como redirecionar o comportamento dos cachorros sem causar qualquer tipo de dano. “Um dos métodos é o de reforço positivo. Há como fazer enriquecimento ambiental e usar técnicas de modificação de comportamento”, diz ele.

 

FONTE: O tempo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima