A ceia de Natal é um dos momentos mais aguardados das festas de fim de ano. Afinal, é nela que reunimos os familiares e amigos queridos para saborear pratos típicos, como peru, farofa, salpicão, maionese, entre outras delícias. Mas pessoas com diabetes ou outras restrições alimentares devem tomar alguns cuidados para curtir sem riscos à saúde.

Segundo Giovanna Rocha, nutricionista da Clínica Jobst, não é necessário proibir todos os alimentos, mas, sim, ter uma maior atenção àqueles que podem elevar rapidamente a glicemia e aos horários das refeições ao longo do dia.
1. Evite alimentos que aumentam a glicemia
Segundo Rocha, o problema geralmente não é o alimento isolado, e sim a combinação, quantidade e frequência em que ele é consumido. Os principais itens são:
- – Arroz branco, massas e farofa em excesso;
- – Batatas, purês e preparações muito ricas em amido;
- – Doces tradicionais como rabanada, pavê, panetone e sobremesas com açúcar refinado;
- – Bebidas açucaradas, como refrigerantes comuns, sucos industrializados e drinks com xarope;
- – Preparações muito gordurosas, pois podem piorar o controle glicêmico ao longo da noite.
2. Prefira opções que ajudam a controlar a glicemia
A ceia pode ser equilibrada com escolhas saudáveis, ricas em fibras, proteínas e carboidratos de lenta absorção. Eles ajudam a evitar o pico glicêmico. Segundo Rocha, são eles:
- – Carnes magras: peru, frango, peixe, tender magro, carnes assadas;
- – Saladas variadas, legumes e vegetais;
- – Preparações com fibras, como legumes assados ou refogados;
- – Oleaginosas em pequenas quantidades (castanhas, nozes);
- – Arroz integral ou porções menores do arroz branco, se fizer parte da tradição.
“O ideal é montar um prato com boa fonte de proteína, fibras e porções controladas de carboidratos”, orienta a nutricionista.
3. Beba álcool com moderação
O álcool pode causar tanto hipoglicemia quanto hiperglicemia, dependendo da quantidade e do contexto, segundo Rocha. Por isso, é importante tomar alguns cuidados para reduzir riscos. São eles:
- – Nunca beber de estômago vazio;
- – Limitar a quantidade;
- – Dar preferência a vinho seco ou bebidas sem açúcar;
- – Evitar misturar álcool com refrigerantes ou sucos;
- – Intercalar com água.
“Se possível, monitore a glicemia antes e depois do consumo”, afirma Rocha.
4. Escolha as sobremesas com inteligência
As sobremesas costumam ser uma das grandes tentações da ceia de Natal. Para reduzir riscos à saúde, pessoas com diabetes devem optar por alternativas melhores, como:
- – Sobremesas com menor quantidade de açúcar;
- – Preparações com frutas, oleaginosas ou chocolate com maior teor de cacau;
- – Doces com adoçantes, desde que consumidos com moderação.
“O mais importante é escolher uma opção, não várias; consumir pequenas porções, de preferência após uma refeição equilibrada, e evitar beliscar doces ao longo de toda a noite”, orienta Rocha.
5. Não dobre a dosagem dos medicamentos
Um dos grandes erros de quem tem diabetes e sai da dieta é dobrar a dosagem dos medicamentos.
“Jamais se deve alterar a dose do medicamento por conta própria. Dobrar a dosagem pode causar hipoglicemia grave, tontura, desmaios e até necessidade de atendimento médico”, alerta a nutricionista. Qualquer ajuste deve ser feito somente com orientação médica em conjunto com a equipe de saúde, considerando o tipo de medicamento e o perfil do paciente, orienta Rocha.
Sinais de alerta de alterações na glicemia
Além de monitorar a glicemia, é importante ficar de olho em alguns sinais que podem indicar alterações no nível do açúcar no sangue. No caso de hipoglicemia (glicose baixa), são eles:
- – Tremores;
- – Suor frio;
- – Tontura;
- – Fraqueza;
- – Confusão mental;
- – Palpitação.
No caso de hiperglicemia (glicose alta), os sinais incluem:
- – Sede excessiva;
- – Boca seca;
- – Vontade frequente de urinar;
- – Cansaço;
- – Visão embaçada.
“Ao perceber qualquer um desses sinais, o ideal é medir a glicemia e agir rapidamente”, orienta Rocha.


