Uma empresa de biotecnologia trouxe de volta uma espécie de lobo extinta há cerca de 10 mil anos, utilizando DNA presente em fósseis.

A Colossal Biosciences, empresa que busca trazer de volta animais extintos há milhares de anos, anunciou, nesta segunda (7), a primeira desextinção de uma espécie: o lobo-terrível (dire wolf, em inglês).
Segundo a empresa, a espécie, extinta há mail de 10 mil anos, teria retornado com o nascimento de três filhotes “trazidos de volta à vida com uso de DNA antigo extraído de resto fossilizado”.
Batizados de Rômulo e Remo, a primeira dupla nasceu em 1 de outubro de 2024. Já Khaleesi, o terceiro filhote, nasceu em 31 de janeiro de 2025.
Curiosidade interessante
Sobre o nome dos lobos criados pela empresa Colossal Biosciences; eles foram chamados de Rômulo e Remo em referência aos irmãos gêmeos da mitologia romana, o mito de Rômulo e Remo, conta a ”história” da fundação de Roma. Na lenda, Reia Sílvia engravida do deus Marte, gerando os gêmeos Rômulo e Remo. Como punição, Amúlio prende Reia em um calabouço e manda jogar seus filhos no Rio Tibre, que fica próximo de Roma. Miraculosamente, o cesto onde estavam as crianças acaba atolando em uma das margens do rio no sopé dos montes Palatino e Capitolino, em uma região conhecida como Germalo, onde são encontrados por uma loba, que os amamenta. Já maiores, eles decidem fundar uma cidade onde foram abandonados mas apenas um poderia fazer isso, então, para decidir quem seria o rei, cada um subiu em um dos sete morros da região. Rômulo subiu no Palatino e Remo no Aventino. Rômulo viu doze urubus voando sobre o Palatino, enquanto Remo viu apenas seis em outra colina. Rômulo foi indicado como o abençoado dos deuses. Rômulo matou Remo e fundou Roma em 21 de abril de 753 a.C. (segundo a lenda da mitologia).
Sobre os Animais ”Desextintos”
Os lobos-terríveis eram visualmente semelhantes aos lobos cinzentos e aos chacais, apesar de terem uma linha genética distinta. Natural da América do Norte, o registro mais antigo da espécie data de 250 mil anos atrás. Para trazer a espécie de volta, a Colossal afirma ter utilizado edições genéticas derivadas de um genoma completo de lobo-terrível. Eles teriam reconstruído o genoma a partir de um DNA antigo encontrado em fósseis que datam de 11,5 mil e 72 mil anos. Mas essa seria a primeira vez em que uma espécie teria sido desextinta com todas as suas características originais.
Após os nascimentos de sucesso, a empresa acompanhou o desenvolvimento dos primeiros novos integrantes da espécie. Atualmente, os mais velhos estão com cinco meses (Rômulo e Remo) e vivem em um centro de preservação da vida selvagem nos Estados Unidos.

A empresa é a mesma que busca recriar os mamutes e, recentemente, exibiu camundongos com pelagem semelhante a do animal extinto há 4 mil anos.
E como eles fazem isso?
A companhia tem como objetivo se tornar a primeira empresa a utilizar a tecnologia Crispr para trazer de volta à vida espécies já extintas.
O Crispr é uma espécie de “tesoura genética”, que permite à ciência mudar parte do código genético de uma célula. Com essa “tesoura”, é possível, por exemplo, “cortar” uma parte específica do DNA, fazendo com que a célula produza ou não determinadas proteínas. Eles editaram especificamente 14 genes-chave dessas células para corresponder ao DNA dos lobos gigantes, sem inserir diretamente material genético antigo. Esses núcleos editados foram implantados em óvulos desnucleados, gerando embriões que foram gestados por cadelas mestiças saudáveis e de grande porte.
Com qual objetivo?
A empresa foi criada em 2021 com o objetivo de “ressuscitar” animais extintos em versões modificadas para buscar o equilíbrio ambiental. Através dessa ”desextinção”, eles visam trazer um reequilíbrio ambiental através da adaptação destes animais em seus habitats, pois segundo eles, a extinção das espécies trouxe um efeito negativo para o meio-ambiente, a ideia é que, com a volta desses animais, esse equilíbrio possa ser restaurado, ajudando a conter as emissões de dióxido de carbono.
E com essa proposta, a empresa vem arrecadando bilhões de dólares desde sua criação. Hoje, as avaliações de mercado indicam que a Colossal vale aproximadamente US$ 10 bilhões (cerca de R$ 58 bilhões na cotação atual).
De fato, é algo muito novo e quase inacreditável. Qual a sua opinião sobre isso? Perigoso ou inovador?